Edição Bimestral - Julho / Agosto 2020
No último editorial - maio/junho -, sublinhei que Deus chora ao contemplar o egoísmo humano e a mesquinhez na sociedade em que vivemos.
Viver a nova vida em Cristo implica uma atitude de profundidade espiritual. Não há dúvida de que o presente século caracteriza-se pela superficialidade. Os ensinos de Jesus sinalizam os discursos enérgicos contra as atitudes dos escribas e fariseus, que estavam preocupados com a exterioridade: nas vestimentas, na ostentação, nos espaços físicos, nas ações etc. (Marcos 12.38-40). Dessa forma, Jesus condena a máscara das pessoas e da sociedade.
A nova vida em Cristo tem como eixo balizador o caminho do arrependimento e, consequentemente (Marcos 1.15), acolher com o coração quebrantado a graça perdoadora de Jesus (Hebreus 4.14-16).
O apóstolo Paulo recorda a eficácia da nova vida em Cristo na vida das pessoas, bem como da comunidade de fé: “Não façam nada por interesse pessoal ou vaidade, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmos, não tendo em vista somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros” (Filipenses 2.3-4). Que bela lição de reciprocidade! O caminho do Evangelho crucifica o egoísmo, mas ressuscita a comunhão, a misericórdia e a compaixão.
Do mesmo modo, o egoísmo é raso, mesquinho e superficial. No entanto, o amor de Deus é profundo, e retido no coração produz fruto de amor e serviço desprendido.
Nas mensagens deste bimestre, apreciei muitos testemunhos de solidariedade, de partilha e gestos que podem mudar a nossa convivência, tendo como fundamento os valores do Evangelho de Jesus Cristo. Vale a pena conferir e extrair lições para a nossa jornada de fé, esperança e amor.
Fica, aqui, uma questão para o nosso aprofundamento na caminhada cristã: quais os empecilhos para viver a nova vida em Cristo? Como podemos vivenciar uma atitude de quebrantamento, arrependimento e perdão diante do Senhor, levando-se em conta o egoísmo humano e institucional?
Com afeto.
Adriel de Souza Maia